Braga, 27 de Junho de 2010
Querida,
Fomos separados, por motivos que eu não controlo…
Estou longe, ausente. Sinto-me distante de mim, como se no meu interior algo tivesse desaparecido.
Sinto-me perdido, como se a espuma que antes brotava das ondas do mar tivesse diminuindo lentamente, e tivesse apagado todas as palavras que eu algum dia pensei escrever nesta carta.
Sinto-me confuso, porque perdi algures nos meus bolsos o teu sorriso.
Tantos sentimentos perdidos, foram forçados a perder-se…só porque seguimos caminhos diferentes.
E não sei porque, mas tudo em mim grita…tudo em mim quer, recuperar o que a distancia me roubou. Tudo em mim, anseia… reviver tudo o que vivemos.
Porque, acho que não fazia sentido escrever esta carta…sem ter nela, tal como tenho em mim a memória de todos os segundos que tivemos juntos.
Mas não me cabe a mim, apenas…
Não depende de mim, não depende da minha força interior, não depende da minha coragem. Depende de tudo o que queremos um para o outro, depende do que o mundo guardou para nos…depende de quantos beijos ainda nos estão reservados no futuro.
Nunca esquecerei…não posso, porque marcaste, do teu jeito encantador todas as minhas palavras.
E agora, deixo-te…
Só com o teu pensamento,
Escreve, só mais uma letra nesta carta inacabada, com tudo o que sentes…
Talvez um dia, consiga avistar contigo o quanto fundo atingimos no poço interminável do amor.
Ate la…um beijo
João Vaz
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