Diario dos meus erros I

Querido diário, sabes quando cometemos o maior pecado do mundo, e sentimos que não há perdão possível?
Hoje, provei-me, novamente, como a maior criança que existe. Provei ser infantil, a tal ponto, que perco a noção de tudo em mim…
Perco a noção de razão.
Mas eu percebi, ao contrario do que ela diz…percebo, que independentemente do quanto me esforce serei sempre uma criança.
Mas aprendi, com todos esses erros, escritos entre as nossas mãos, a tinta vermelha…que tenho medo, que nunca ninguém me fez sentir como ela me faz.
E agora, penso…em tudo o que ela disse.
Ela tem razão, sou uma criança, um inconsciente. Sou uma brisa de verão, inconstante.
Mas sei, aquilo que quero.
Quero estar abraçado, cada segundo com uma única pessoa.
Sempre estive…em pensamento.
Ouvia todas as pessoas rirem em meu redor, como se tivessem a rir do meu fracasso…da minha idiotice.
Pensava apenas no que a fiz sentir…e isso sim, faz-me sentir mesmo mal.
Faz-me sentir como se tivesse caído, num poço sem fundo…numa carta, onde todos os erros são comuns, mas que nenhum deles tem solução.
Sou uma criança, mas percebi também, que quero crescer…que quero poder ser feliz com ela.
Quero parar, de acertar, flagrantemente no erro que tenho atado aos pulsos da minha camisa.
Quero que ela confie em mim, tal como eu confio nela.
Quero poder escrever com ela, em ti diário…que tudo o que se passou hoje, foi uma mera estupidez minha. Sou culpado, aos menos não o escondo.
Porque podia esconder, de todas as pessoas…mas nunca seria capaz de esconder isso nos meus olhos.
Mas agora, fico aqui, a escrever diário…a tentar explicar como me sinto.
Devia dormir, ter o maior dos pesadelos, pensando que tudo isto não passava de um…e que tu estarias do outro lado para me abraçar. Mas não ia adiantar. Não ia conseguir adormecer sem escrever isto tudo diário.
E porque fiz? Não busca de uma desculpa para mim? Não, não foi esse o acaso que me trouxe, ate a ti.
Escrevi isto, porque não aguentava sofrer no silêncio.
Não conseguia ficar, sonolento…com tudo isto na cabeça.
Mas porque é que fui tão parvo? Nem eu sei, mas fui…e ela ate me pode desculpar…tu diário ate podes ocultar isto entre outros tantos textos escritos nas tuas folhas…mas eu, eu fiquei pequeno, fiquei com um arrependimento, cravado com espinhos de rosa na minha alma.
Quem me dera…que me desses as respostas que preciso…
Mas mesmo que desses…a mais importante bate no meu coração…
E com ela abraço, todos os meus erros.
Obrigado, querido diário…por seres mais optimista do que eu…por me aliviares, por me confortares.

 Afonso

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