Esvoaçando ao sabor da maré vazia que a muito me rompera o coração…Recriando cores que a muito se desleixaram e desapareceram abandonando todo o trabalho de colorir a minha vida…Procuro, neste momento, um pequeno sonho guardado no fundo do oceano, no infindável arco-íris…perdido a muito no meio de olhares de crianças e de coisas reais…
Procuro e não deixo de procurar…não sei onde deixei o casaco, o boné…não sei onde deixei o agasalho para estes momentos!
Sinto-me a chorar, pelo vazio do incerto….sinto-me acabar. Tudo o que um dia foi completo!
Não sei onde estas, não sei onde estou! Grito e não me ouvem! Procuro e não encontro...choro e não me vêm! Não sei o que fazer. Para onde me virar!
Será que é o meu fim? Não sei para onde me virar…não sei onde deixei tudo o que preciso, tudo o que me completava. As cores da paleta endureceram. Esqueci-me de pintar á tanto tempo! E hoje choro, hoje grito, hoje acudo e procuro…
Não sei onde procurar, não sei onde tudo ficou…
Não sei se o erro foi meu, ou se simplesmente aconteceu…
Dei por mim a olhar, para todos os cantos e sem saber para onde me virar.
Dá-me a mão, agarra-a agora, por favor, vem-me ajudar, foi o nosso mundo que se perdeu…Naqueles gestos incompreendidos, nos momentos tecidos…dá-me a mão. Vem comigo procurar! Não sei onde foi parar! à água? Ao fogo? Ao ar…?
Diz-me, vem comigo, dá-me a mão e soletra-me ao ouvido, beija-me o silêncio, dá-me a mão e luta contra o vento…
Mas vem comigo! Diz-me que ainda que és a minha rotina. O meu dia a dia, a minha cor mais viva, o pincel, a paleta, a vivencia, diz-me que ainda és a tela em branco e me permites a sua decoração.
Diz-me que comigo vens, lado a lado! Quando me apercebi, era ai que todas as cores foram parar…Ao silêncio que um dia com um beijo se desfez pelo ar…ao movimento que um dia se partiu em pensamento, ao enlace das nossas mãos pelo vento! Diz-me onde estas e vem comigo procurar!
Lembra-te de como juntos escrevemos, sobre a água do mar, sobre o naufrágio, e nem por isso nos impediu de continuar! Sussurra-me, manda-me palavras pelo ar, mensagens pelo mar, mas corre, corre e agarra-me, neste silêncio, nesta dor desencantada,nesta vida desinteressada, dá-me a mão! Vem comigo
Diz-me que me vais proteger e que todas as cores vais encontrar. Porque foi nos momentos menos compreendidos que deixamos a boiar. Pelo ar! Pelo mar….
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