Amor infantil

Abre um sorriso
Num segundo,
Só para mim…
Segreda-me,
De novo,
Repetidamente,
Que me odeias,
Que não vives sem mim,
Que o mundo é muito mais do que nos,
Diz-me,
Aquilo que já sabia,
Que juntos somos inseparáveis,
Que juntos os segundos são infindáveis,
Mas que somos a fraqueza um do outro,
Somos tanto e tão pouco,
Somos a areia de uma praia,
Onde o mar a consome,
A medida que o sol desaparece no horizonte,
Acobardando-se.

Somos a bússola que nunca aponta o norte.
Somos as cartas jogadas a sorte,
Num jogo onde a vitoria é incansável,
Somos um banco de jardim,
Vazio,
Cheio,
Com folhas de Outono,
Ai como relembro…
Quando o nosso amor era primaveril,
Como era tudo tão simples e infantil,
Tenho saudades desse tempo…
Mas cresci ,infelizmente.
Pois o tempo não parou,
E sufocou a criança em mim.

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