Morte inutil

Estou descalço,
Na rua.
Sinto a chuva,
Febril.
Atingir-me a testa,
Abraço-a.
Sinto-a correr,
No meu sangue,
Como veneno.
Olho ao meu redor,
Vejo tanto mais,
Do que as palavras,
Me mostram.
Vejo o quanto distante,
Esta o meu reflexo,
Nos espelhos de agua,
Que se consomem,
Nos meus passos.
O mundo desapareceu
(Tu fugiste…)
Deixando-me para morte,
Sentenciada numa forca.
A distancia.
Nunca temi,
Prefiro escolher,
A saída,
Que me deste,
Num testamento,
Selado por um beijo.
Não sei viver,
Não tenho motivos
Para sorrir.
Tenho motivos
Para rir
Tão estupidamente.
Por todas as vezes,
Que chorei…
Por todas as mortes inuteis,
Que sofri.

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