Confissões no anonimato

Querido:
Hoje acordei com um vazio na alma. Porque cai na realidade. Cai na ausência de alguém e na dolorosa consciência que para mim, é de vez. Não sei o futuro, nem o que vai na cabeça dele. Ele pode inventaras desculpas que quiser acerca de mim, de nos. Mas eu soube ate ao último dia que ele me amava. E na quinta-feira ele chorou, tremeu e eu vi tudo. Hoje já não quero saber que problemas o rodeavam. Ele disse-me que culpa não é minha, mas sim dele que mentiu, que falhou. Agora, anda a dizer aos amigos coisas que não são verdade porque se quer “mostrar”. E esquecer-me à pressão, andando com outra. Mas chega. Chega de deixar os sapatos na entrada da porta para lhe mostrar que ainda estou em casa. Calcei os sapatos e vou para a rua, chorar do amor, rir do amor, foi o mais perfeito que vivi porque fui inteira e me entreguei de corpo e alma. E foi o que mais sofri, porque não merecia passar pelas indecisões dele. Não tenho fome, mas como. Choro cá dentro e rio de mim. Palerma… Não percebes que ele ainda vai ver o que perdeu? Pelo menos deixei de lhe dar noticias, importância, tudo!
Agora, faço o meu luto. Como ele não o fez, eu faço O coração chora e fica um carinho, de ausência, dor. E um motivo para terminar, “problemas pessoais mas amo-te muito e não há ninguém”. Pois….
Vamos ser felizes!
Mas a felicidade simplesmente não é estática. Ela move-se, rompe-se, comove-se.
O vento levou todas as memórias. Apenas eu controlo o ritmo do teu mundo. Muitos vão tentar quebrar-me, tentar separar-te de mim, reduzir-te a pó, nessa doce culpa que tenho. Mas a culpa é simplesmente sinal da tua humanidade. A força corrompe o teu coração a medida que tentas arrancar dele o sangue que te faz viver, que me faz sonhar. Se achas a vida monótona, derrama sobre ela essa tinta florescente que tens nos olhos, liberta toda a eternidade que tens nos lábios. És perfeita, a tua maneira. Desconheço alguém como tu…és simplesmente única e especial e em ti habita sem sombra de dúvida toda a base para a felicidade universal.

Sem comentários:

Enviar um comentário