Eco da voz que um dia trouxe por ti

Respiro o ar que fui aceitando como certo. O silêncio trouxe-me a minha batida do coração de volta. Sinto-a, tão fraca…como se a noite a tivesse praticamente assassinado. Tentei rever todos os passos que demos. Procurei algo que não encontro…uma justificação para que tenhas partido assim. As horas voavam, e o silêncio transforma-se lentamente em dor.
Sei que estas feliz agora, e algures em mim sinto felicidade por isso.
Mas outra parte do meu espírito reclama, explode de raiva.
Tudo ficou diferente agora. As folhas não têm mais o mesmo significado. Os cadernos estão vazios…a inspiração fugiu juntamente com o seu motivo.
Sinto-me fraco demais para ser forte.
Mas sorriu…porque sei que isto é o melhor para mim.
Lamento, não estares aqui agora para veres a minha decadência. Aposto que nem te recordas de como ficava o meu rosto quando me beijavas.
Nunca fui egocêntrico…e agora sofro…não por teres seguido com a tua vida, e me encostado a uma esquina…mas sim, pelo facto de agora ter um sentimento tão grande que tenho de controlar. Algo mais forte, algo transcendente.
Pouco sei sobre ti, mas sei que tu sabes exactamente tudo de mim.
Nunca devia ter tornado tão fácil a tua entrada e saída da minha vida.
Sabes cada detalhe dos meus pensamentos e usas isso como queres.
Talvez nunca devesse ter-te dado esse tipo de vantagem sobre mim.
Mas julguei não ser apenas mais um bonequinho para ti. Julguei que ias ter maturidade suficiente para saberes o que é certo e o que é errado.
Enfim, julguei mal.
Agora é tarde para calar todas estas vozes na minha cabeça.

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