Para-quedas

É certo, nunca precisei de um para-quedas para ter entre as nuvens os joelhos.
Nem considero normal, um Homem ter por estradas todos os componentes do universo.
Acho que nunca me senti tão irreal. A realidade mudou, tal como a carta muda de tema, tal como as palavras mudam de cor, exatamente como as bocas mudam de conversa. Tudo tem o mesmo significado.
O céu, é céu apesar de muito o considerarem o limite. E é de facto um limite. Uma barreira para o sentido da visão que não consegue ultrapassa-lo por nada.
As mãos, não deixam de ser mãos. De facto, são meras mãos. Mas para muitos é a chave para abrir o cofre que tentei forçar tantas vezes.
O fogo, é apenas e linearmente fogo. Porem, abstraído de ilusões vejo que o fogo pode aquecer a vida que tenho em mim, numa noite onde o frio talvez não seja mais meramente frio, mas sim uma temperatura amena de solidão.
Gostava mesmo, que recordasses a forma como saíste de casa vestido(a) hoje. Acho que devias pegar outra vez na tua roupa preferida, estrear os teus sapatos novos, correres na rua feito(a) maluco(a). Pega no casaco, desce as escadas, abre a porta. A vida é uma loucura, e hoje devias recair na tranqüilidade que essa loucura te proporciona. Devias saltar, dançar, gritar...estando certo(a) que os teus berros acordariam alguém, e que possivelmente acabarias por mudar o destino dessa pessoa.
Talvez tenhas encontrado o teu sentido de vida, apanhado em todas as contradições e semelhanças, ou encontrado apenas mais um motivo para sorrir.

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