Pensamentos sobre ti

Não sei mais o que fazer. A paisagem sorriu-me pela última vez. Os vales não têm a mesma amplitude de antigamente, os rios não correm com a mesma intensidade nas minhas mãos. Ouço uma voz (Para!) agora.
As luzes da cidade não reflectem mais o aconchego da noite, mas sim o tormento da solidão. Se soubesses como tudo teve um significado diferente ainda a poucos dias. Se soubesses como estou longe agora…longe de mim, longe de ti, longe de tudo o que tem realmente alguma relevância na vida. Ainda lembro de ver o nascer do sol, como se ele fosse trazer algo diferente. Nunca trouxe porque o horizonte sempre foi o mesmo, e porque tudo depende da percepção pessoal das coisas. Não consigo dormir da mesma maneira, não agora, não mais. Não consigo ter o pensamento de tentar adivinhar o que fazes agora, porque tu manténs-te uma autentica incógnita para mim. (Amo a maneira como sorris!)
Neste momento (3:07 A.M) dou por mim a pensar se amanha te encontrarei por acaso na rua, ou se estarás a dormir tão seriamente como tudo o que fazes na vida.
Será que recebeste a minha carta? (Desculpa ter-me faltado a coragem para te enviar). Espero que a tenhas recebido. Só depois de a escrever, tinha percebido a falta que me fazes. Sinceramente já pensei em calar todos os meus pensamentos (seria melhor libertar tudo de uma vez por palavras? Não se tornaria deste modo tudo meio estranho e muito fácil de perder no ar?). Talvez assim, sendo parte do infinito me pudesse encontrar mais facilmente perto de ti. Talvez a porta da felicidade esteja do outro lado da linha. Espero que não seja isso que me falta, morrer para ser humano.